Em LUGAR como LUGAR, os processos que envolvem a produção dos artistas são percebidos como configurações que promovem tanto a convicção do lugar como confluência das experiências cotidianas, como da noção de lugar-sem-lugaridade. Significa dizer que lugar também é ausência, desequilíbrio e embate. Tal como na vida e na arte, o lugar é valorizado pela sua concretude, ao mesmo tempo que pode ser conduzido de um lado para o outro. Não é fixo, não é estável, é um local de conflito por onde a vida e a arte se fazem visíveis.
Nem um gênero, nem um conceito, lugar é a conectividade com a qual experienciamos o mundo. E o mundo somente é mundo nos lugares. Parafraseando Ad Reinhardt, em seu texto clássico Arte-como-arte, cabe aqui a afirmação de que “o lugar é lugar como lugar e todo o resto é todo o resto”. Esta exposição segue o contra-fluxo do postulado de que “Arte é arte, e vida é vida”, para tentar uma configuração entre arte-vida através da noção de lugar como acontecimento.
Sem pressupor dualismos entre realidade subjetiva e objetiva, lugar aqui também é fábula, ficção e fantasia. Através de remontagens do tempo e do espaço, os artistas recriam continuamente a noção de lugar e de pertencimento. Discutem a afeição ao lugar como função do tempo, a transformação do ordinário em objeto de desejo, o branco como possibilidade de prolongamento da experiência do desvio e do desaparecimento. São obras que negociam miudezas diversas, que constroem lugares ao mesmo tempo em que são construídas por eles.
Exposição Lugar como Lugar
Artista: Bianca Tomaselli, Bil Lühmann, Iam Campigotto, Raquel Stolf, Rodrigo Braga, Rubens Oestroem e Karina Zen