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Exposição Paganus e O Divino Feminino


  • O Sítio Arte e Tecnologia Rua Francisca Luiza Vieira Florianópolis Brasil (mapa)
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A exposição Paganus e O Divino Feminino, de Walmor de Oliveira, com curadoria de Otávio Nogueira é um convite à reflexão sobre religião e espiritualidade e sobre a figura da mulher nesse contexto ao longo da história !

A adoção da palavra latina paganus pelos cristãos como um termo pejorativo abrangente para politeístas, representa uma vitória imprevista e, singularmente, de longa duração de um grupo religioso, com o uso de uma gíria do latim originalmente desprovida de significado religioso. A evolução ocorreu apenas no Ocidente latino e em conexão com a igreja latina. Em outra parte, "heleno" ou "gentios" (ethnikos) manteve-se a palavra "pagão"; e paganos continuou como um termo puramente secular, com toques de inferioridade.

A principal característica da religiosidade pagã é a radical imanência divina, ou seja, a divindade se encontra na própria natureza, incluindo os humanos, manifestando-se através dos seus fenômenos. A ausência da noção de pecado, inferno e mal absoluto, ou seja, sem noção de pecado, também não há noção de santidade ou do profano. A sacralidade da Terra também levou à ausência de templos, a relação mágica com a Natureza se traduz numa religiosidade mágica, a espiritualidade pode ser atingida pela manipulação da carne e dos elementos, através do corpo e da manipulação da natureza.

A mulher foi o centro de vida humana e espiritual durante milênios, sendo a representante da Deusa na Terra, e era reverenciada pela sua habilidade de gerar do seu sangue menstrual uma nova vida, criando o alimento do recém-nascido do seu próprio corpo, bem como pela sua criatividade, que resultou de inúmeras invenções e descobertas. 

A sintonia do ciclo com as fases da lua simbolizava a sua estreita conexão com a Deusa lunar, enquanto a sua facilidade em perceber os sinais cósmicos, em se comunicar com as forças da natureza ou com os espíritos ancestrais lhe conferia papel essencial nos cultos e nas práticas espirituais.

Em torno do ano de 1673, perseguidas pela inquisição, mesmo que socialmente convertidas ao cristianismo, mulheres pagãs, fugiram da Europa, primeiro para o Arquipélago de Açores, depois para a Ilha do Desterro, hoje Florianópolis, trazendo a sua criança, seus hábitos, a medicina, a reza.

Na exposição, de tema atual e urgente, serão projetadas fotografias, numa proposta contemporânea de apresentar o conteúdo, que deixa a forma estática para ganhar dimensão e movimento, criando um dinamismo hipnótico, aliando imagens em edição frenética e trilha sonora especialmente composta.

Currículo Resumido do artista

Walmor de Oliveira, fotógrafo catarinense, autoditada, iniciou sua carreira em Florianópolis, há 43 anos, com 15 anos de idade. Morou no Rio de Janeiro de 84 à 95, onde fotografou para as principais publicações. Retornou à Florianópolis, dedicando-se à fotografa de moda e publicidade. Desde 2016 faz parte do coletivo Circuito Galeria, mergulhando em pesquisa e fotografia autoral.

Exposição Paganus e O Divino Feminino

Artista: Walmor de Oliveira

Abertura: 03 de agosto de 2017

Visitação: até 21 de agosto de 2017 

Entrada franca

Realização: O Sítio Arte e Tecnologia

Evento Anterior: 28 de julho
Exibição Order from Chaos
Evento Posterior: 24 de agosto
Exposição Hambúrguer