Um sanduíche do McDonald’s é disposto num arranjo similar a uma natureza morta a ser pintada, mas em vez disso, é fotografada até sumir. Supondo que o “lanche feliz” fosse desaparecer em trinta dias, o intervalo entre as fotografias foi calculado para gerar uma animação (time lapse) de 10 minutos.
Mas o Hamburger persiste. Este, em particular, é o não-alimento do não-lugar, feito com não-carne, não-pão, não-queijo, etc. Esterilizado, em vez de apodrecer, fungos o cobrem e colônias de animais se instalam nele, e começa então um esforçado processo de demolição que dura 8 meses. Lentes macro são utilizados, e da natureza morta passamos à paisagem, onde na floresta de fungos, pequenos animais transitam num dinamismo urbano de urgências vitais.
Sobre o artista
Diego de los Campos é graduado em Artes pela Universidade da República, no Uruguai. Reside desde 1999 no Brasil, onde expõe regularmente e participa de exposições de arte contemporânea com trabalhos em vídeo, animação, desenho e arte sonora. De 2010 a 2015 foi selecionado em diversos salões expositivos como o de Piracicaba, de Ribeirão Preto, Arte Pará, Xumucuís e Salão de Natal, entre outros. Em 2011 realizou a exposição individual Simpatia, no Museu Victor Meirelles, exibindo trabalhos em animação, fotografia e instalação cinética. Em 2016 seus trabalhos foram expostos no Museu de Arte de Blumenau, na Sala Municipal Vecchietti, no Instituto Internacional Juarez Machado, no Museu de Arte de Santa Catarina, e na França, no L’espace AP, na cidade de Toulouse. Desde 2010, Diego integra o Coletivo Artístico Nacasa, onde trabalha e ministra cursos regulares de multimídia.