A exposição Território Impreciso da artista Teresa Siewerdt é composta por diversas operações, como o recolhimento de galhos secos pela cidade, seu deslocamento para o espaço doméstico, a anunciação da venda de ruínas como empreendimentos imobiliários, além da construção de jardins a partir da coleta de “porções” ou “torrões” de quintais de desconhecidos.
Para o filósofo Giles Deleuze, a construção de um território “é quase o nascimento da arte”. Construção esta que diz respeito ao ato de se apropriar, de demarcar a fronteira e a dimensão de um espaço, exatamente como fazem os animais através da urina ou da secreção de suas glândulas. No espaço que antecede o território, que é também o espaço desta exposição, há estampada em um pacote de sementes a frase “Todos os espaços são suspeitos”, uma obra inédita da artista, que evoca o plantio e um modo de produzir territórios no campo da germinação.
Entre instalações, fotografias e objetos, Teresa também proporá performances que apontam para territórios específicos, efêmeros e conflituosos. Territorialidades impossíveis, que se desmancham tanto ao longo de um percurso, quanto a partir do descaso com os espaços públicos, de uso coletivo. São obras que provocam uma percepção acerca da reconfiguração dos limites e dimensões de um território, seja através de invasões amistosas, deslocamentos sutis ou da criação de relações de intercâmbio e proximidade do corpo com o espaço.