A obra da artista investiga o imaginário próprio das imagens em suas relações com a paisagem, os objetos, a palavra e os clichês amorosos. Em seus vídeos e instalações a influência do cinema é flagrante na escala, na poética do movimento, na desnarrativa, em sua expansão para além da tela como modo de incluir o espectador. Uma certa desrealização do mundo surge em colares que ocultam um rosto, mares que escalam o horizonte, árvores que se movimentam em paisagens fixas, bem como, na distorção entre os objetos e suas funções, e no reviramento na interação do que se vê com o que é visto, na presença de uma imagem que insiste em ser imagem de si mesma.
variações sobre o horizonte (2020)
poema se movimenta pela linha do horizonte na paisagem.
Desarvorando
Uma paisagem natural enquadrada por uma janela composta por oito vidraças que se reorganizam no plano como que de moto-próprio; deste remanejo, surgem novos desenhos, paisagens impossíveis. Este trabalho integra uma série de obras nas quais penso o potencial interventivo do espectador com relação às paisagens naturais, e também o potencial reativo da própria imagem diante do olhar do espectador. E se a imagem estática se movesse EM OPOSIÇÃO ao aprisionamento implicado pelo olhar do espectador?
Uma árvore
Uma árvore respira em uma paisagem fixa.
Katia Maciel é artista, poeta e professora titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Seus trabalhos estiveram em exposições no Brasil, na Colômbia, no Equador, no Chile, na Argentina, no México, nos Estados Unidos, na Inglaterra, na França, na Espanha, em Portugal, na Alemanha, na Lituânia, na Suécia, na China e na India.
Recebeu, entre outros, os prêmios: Prêmio Honra ao Mérito Arte e Patrimônio (2013), Prêmio da Caixa Cultural Brasília (2011), Funarte de Estímulo à Criação Artística em Artes Visuais (2010), Rumos Itaucultural (2009), Prêmio Sérgio Motta (2005), Petrobrás Mídias digitais (2003), Transmídia Itaúcultural (2002), Artes Visuais Rioarte (2000).
As obras da artista encontram-se nas coleções Gilberto Chateaubriand, Museu de Arte do Rio, no Museu de Arte Moderna de São Paulo, Oi Futuro do Rio de Janeiro e Maison Européenne de la Photographie, entre outras.
Publicou entre outros Instruções para filmes (e-book org. com Lívia Flores), Poesia e videoarte (com Renato Rezende, 2013), Letícia Parente (org com André Parente 2011), O Livro de Sombras (org. com André Parente, 2010), Transcinemas (org 2009), Cinema Sim (org. 2008), Brasil experimental: Guy Brett (org. 2005), O pensamento de cinema no Brasil (2000) e A Arte da Desaparição: Jean Baudrillard (org. 1997). E os livros de poemas ZUN (2012), Repetir (2015) e Trailer (2017).
Em 2018 a editora Cobogó publicou Katia Maciel, uma antologia com a obra da artista.